A Câmara Municipal de Viana do Castelo prestou homenagem a João Álvares Fagundes como forma de assinalar os 500 anos da descoberta da Terra Nova. No Dia Nacional do Mar, o Município descerrou uma placa de homenagem dos vianenses ao navegador.
João Álvares Fagundes, navegador e armador de navios, terá nascido em Viana no terceiro quartel do século XV, por volta de 1470, embora alguns autores apontem cerca de 1460.
Em 1521, é-lhe outorgada pelo rei a carta que concede a posse e jurisdição de capitania das Ilhas Fagundas, descobertas por ele nas imediações da Terra Nova. A este navegador se deve o reconhecimento de parte das costas do nordeste americano, nomeadamente aquelas que hoje são as províncias marítimas canadianas da Nova Escócia e da Terra Nova e Labrador.
Álvares Fagundes efetuou diversas expedições de exploração para as costas da América do Norte e para os Grandes Bancos da Terra Nova entre 1496 e 1522.
A sua missão desenvolve-se no contexto das descobertas mais a norte (Gronelândia) dos irmãos Corte-Real em 1501-02 e enquadra-se na política seguida por D. Manuel I para aquela área, que entendia pertencer ao hemisfério português acordado no tratado de Tordesilhas, em 1494. As ilhas a que ele pôs o nome de Fagundas foram, cada uma, designada segundo o santoral romano. Assim, a 13 de junho descobriu a ilha de Santo António, a 24 a de S. João e no dia 29 a de S. Pedro.
Em julho, no dia 26, terá sido a vez das duas ilhas de Santa Ana e no dia 29 o arquipélago de S. Pantalião, com a ilha de pitiguoem. A 14 de setembro é descoberta a ilha de Santa Cruz e a 21 de outubro o arquipélago a que deu o nome das Onze Mil Virgens em honra de Santa Úrsula.
As designações de S. João, S. Pedro, Santo António e Santa Ana correspondiam, na época, aos nomes das quatro portas da muralha de Viana. Por seu turno, Onze Mil Virgens e S. Pantalião são devoções muito particulares dos seus mareantes e Santa Cruz é identificada como principal veneração da família Fagundes.
João Álvares Fagundes morreu entre 1522 e 1523, provavelmente no mar ou até na Terra Nova que descobrira e cujo fomento do seu povoamento estaria a desenvolver.
O Dia Nacional do Mar comemora-se a 16 de novembro, com o intuito de destacar a importância do mar para a economia e para o desenvolvimento nacional. A celebração deste dia teve origem na “Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar”, que entrou em vigor a 16 de novembro de 1994. Nesta data, decorrem várias iniciativas no país que pretendem destacar a importância do mar e das atividades marítimas enquanto motores de crescimento da economia portuguesa.
O Centro de Mar de Viana do Castelo assinala o seu 6.º aniversário neste Dia Nacional do Mar. Esta estrutura foi criada em 2014 e tem desenvolvido inúmeras iniciativas com o objetivo de divulgar a atividade marítima local e preservar a memória do mar da cidade. O Centro de Mar constitui-se como um polo agregador da náutica e do turismo náutico, sendo um marco no projeto âncora do Cluster do Conhecimento e da Economia do Mar.
A sua ação tem incidido na valorização de um conjunto de elementos patrimoniais e ambientais, potenciadores da criação de novas atividades relacionadas com a valorização do mar e de novas competências, nomeadamente na área dos serviços à náutica. O percurso expositivo e museológico tem acolhido diversas exposições sobre temáticas marítimas, disponibilizadas ao público de forma gratuita. Desde a sua abertura, o Centro de Mar já recebeu mais de 190.000 visitantes.