O Sítio Rio Lima reparte-se por 5 concelhos, correspondendo o espaço compreendido nos limites do concelho de Viana do Castelo a cerca de 35% da sua área total. Neste concelho, o vale do rio Lima é bastante aberto, sendo as suas margens largas e planas enquadradas por uma paisagem agrícola, pontuada de galerias rípicolas e pequenos bosquetes.

Com a entrada no estuário, o rio alarga e surgem no meio do seu leito pequenas ínsuas com vegetação típica de sapal. A ocupação humana é intensa em todo a zona, mas difusa. Apesar disso, e principalmente no setor montante do estuário, o espaço natural apresenta um grau de conservação assinalável. Especial relevância o complexo de sapal-juncal aí existente e que está integrado no estuário alto.

Cerca de 40% da área do Sítio corresponde a biótopos característicos de costas arenosas (praias, dunas e pinhais sobre areias). A costa rochosa tem uma menor representação (< 5%), o mesmo se passando com os estuários, cuja cobertura será da mesma ordem de grandeza. É, no entanto, no concelho de Viana do Castelo que a costa rochosa tem uma maior representatividade, sendo este tipo de costa predominante a norte do rio Lima.

No limite sul do concelho de Viana do Castelo, surge o rio Neiva, que corta o sistema de dunas e dá origem a um pequeno estuário. Devido à sua pequena dimensão, não tem grande importância como agente formador de biótopos. As suas margens estão intensamente ocupadas pela actividade agrícola, restando pouco espaço para a expressão das comunidades biológicas normalmente associadas a este tipo de cursos de água.

Com uma altitude máxima de 825 metros, a Serra d’Arga surge como o primeiro grande obstáculo interior aos ventos carregados de humidade provenientes do Atlântico. Como resultado, o clima da região não é muito agreste, embora nos pontos mais altos possa ocorrer alguma queda de neve e períodos de geada.

A atividade florestal está predominantemente colonizada por pinheiro e eucalipto (Pinus pinaster e Eucaliptus globulus), mas ainda assim é possível encontrar algumas comunidades vegetais naturais, integrantes da lista dos Biótopos naturais. Na zona alta, correspondente ao maciço da serra d’Arga, a vegetação arbórea está praticamente ausente - a pastorícia extensiva como atividade dominante em conjunto com a elevada frequência de fogos, levou ao desenvolvimento de uma vegetação arbustiva baixa (tojais e urzais-tojais). Nos planaltos do topo da serra, a existência de zonas de acumulação de água propiciou o desenvolvimento de turfeiras, de biótopos higrófilos e cervunais.

O inventário de geossítios do litoral de Viana do Castelo revelou que o território é dotado de elevada geodiversidade preservando elementos de elevado interesse principalmente em temas da geomorfologia, nomeadamente geoformas residuais, graníticas, tectónicas, fluviais, eólicas e geoculturais. A avaliação quantitativa realizada mostrou que dos 17 geossítios identificados, 13 apresentam excecionalidade científica dos valores geológicos, elevado a muito elevado potencial de uso turístico e educativo, e média a elevada vulnerabilidade.

Para mais informações consultar o site da Câmara Municipal de Viana do Castelo ou ainda o site oficial do Geoparque Litoral de Viana do Castelo.